Ele comentou sobre várias coisas que acontecem dentro dos backstages. Selecionamos os melhores momentos da grande entrevista,
Quais os principais deveres de um assistente?
"Principalmente, tirar notas e atualizar muitos dos documentos que ajudavam os escritores fazer o seu trabalho. Havia um documento que tinha os últimos 6 episódios de Raw e SmackDown detalhadamente descritos por segmento. [...] Todas as semanas, para escrever os programas, tínhamos de escrever do número 1 ao 11 num quadro (que correspondiam aos segmentos) e simplesmente discutir as histórias e onde pôr certas e determinadas coisas. [...] A equipe de escritores é dividida entre a equipe de casa – que fica em Stamford – e uma equipa de estrada – que vai a todos os programas. Infelizmente, eu fazia parte da que ficava em casa. A minha única experiência foi no Survivor Series, o que foi bastante sonolento.”
Sobre o trabalho de escrever promos e improvisos:
"O Cena é conhecido por ignorar o roteiro e fazer a sua própria ‘cena’. Tenho a certeza que o Punk faz isso de vez em quando. O Ziggler fez isso uma ou duas vezes e sofreu uma reprimida. [...] Escrevíamos as primeiras pitadas em Stamford depois da aprovação do Vince, depois essas pitadas iam para os escritores principais e passava sempre por, pelo menos, mais três “revisões”. De seguida, havia outra reunião com o Vince na arena de todos os espetáculos. E mais mudanças aconteciam. E depois há aquelas mudanças tão repentinas que nem sequer chegavam a ir para o papel. [...] Portanto, na maioria das vezes, o Raw que passava na segunda-feira era muito diferente daquela que tinha “saído” dos escritórios na semana anterior."
Sobre o que ocorre nos personagens:
"O Orton, o Punk e especialmente o Cena têm muito a dizer no que diz respeito às suas histórias, creio eu. Depois do Survivor Series, o Cena sentiu que não deveria perder de forma limpa novamente (ou preferencialmente nunca perder, ponto) até à WrestleMania, e foi isso que aconteceu. Quando o Jericho estava em conversações para retornar, isso aconteceu dentro de condições: ele trabalharia com o Punk e sairia derrotado na WrestleMania – obrigações do próprio Jericho, não da WWE. Foi também ele quem deu a ideia do casaco e pagou do seu próprio bolso (fala-se em 10 mil dólares pelo primeiro). O Cody Rhodes, numa entrevista recente, afirmou que tinha pedido para lhe fazerem o sobretudo de couro e foi ele quem pagou por isso. Portanto, creio que até um certo ponto os wrestlers são responsáveis pelas suas próprias personagens. Mas por outro lado, o Daniel Bryan protestou bastante pela história com a AJ, porque a história da sua última “namorada” – Gail Kim – foi muito ruim. Mas ele não podia realmente fazer nada para mudar isso. Vai variando."
Sobre o desaproveitamento das divisões Tag Team e Divas:
"O que acontece com o Vince é que ele passa por fases, que são estranhas e aparentemente aleatórias. Durante uns tempos, ele vai estar concentrado na divisão de tag team; depois não quer saber. Ele vai querer fazer histórias de divas, depois nem quer saber se elas entram nos programas ou não. Ele contrata alguém como a Tamina e não faz nada com ela durante anos. Um dia lembra-se e pergunta o motivo de não estarem a fazer nada com ela, visto que é da família Snuka. E ganha um push do nada. Neste momento, parece que está a dar atenção às equipas."
Sobre quem era o GM Anônimo:
"Haviam algumas direções que eles estavam a considerar. A óbvia era que seria o Vince; contudo, também estavam a considerar seriamente o JBL. Mas o Vince matou a história. De fato, a uma dada altura, quando os escritores principais tentaram fazer com que pelo menos a coisa tivesse um fim, o Vince sugeriu revelar que afinal era o Laurinaitis, isto tudo dito numa “linha solta” num segmento de backstage. A coisa toda foi “largada”. Quando o Vince deixa de se importar com qualquer coisa, acabou."
Sobre Kane voltar sem atacar Mark Henry:
"Daquilo que me lembro, embora o Kane tenha sido atacado pelo Mark Henry, o homem que faz de Kane, o Glenn Jacobs, não queria regressar e ter uma feud com ele, por qualquer motivo. Por isso, eles fizeram-no regressar no Raw atacando o Cena, embora eu pense que eles já tinham isso planejado quando o ‘cortaram’ da televisão com o tornozelo partido. [...]"
Sobre o push e heel turn de Bryan:
“Toda a gente sabia que ele não manteria a mala até à ‘Mania. [...] Eu ouvi que a decisão de o pôr a vencer a mala foi tomada à última da hora, nesse mesmo dia. Daquilo que me recordo, ninguém tinha fé que ele ‘vendesse’ como babyface. [...] Lembro-me de ver algumas notas e, eventualmente, uma dizia algo como: “Daqui em diante, quando o Daniel Bryan ganhar qualquer combate, deve celebrar como se fosse a maior vitória da sua vida.” Isto foi quando ele estava exatamente na fase do turn gradual. Foi aí que nasceu o “YES!”."
Sobre a gimmick de Brodus Clay:
"A equipe toda tinha ideia que o Brodus regressaria como um monstro heel que mostrava nas vignettes. Foi o Vince quem viu as coisas de maneira diferente. Quando as vignettes já estavam no ar e a equipa criativa perguntou quando é que ele ia estrear, o Vince disse algo como, “Qual é a personagem dele? Não temos nada para ele. Não percebo quem é o Brodus Clay. Vamos adiar a estreia até termos uma ideia melhor.” [...] Por uma razão qualquer, embora ele não tivesse qualquer tipo de habilidades para tal, o Vince queria-o a dançar. [...] Quando ele estreou, os escritores apareceram no trabalho no dia a seguir e a reação foi como a da comunidade de wrestling na Internet: mista. Uns gostaram, outros não. No fim de contas, foi uma maneira mais engraçada e original pô-lo como Funkasaurus, do que pô-lo como monstro heel número 622978. [...]"
Sobre o vencedor da Royal Rumble Match:
"O vencedor é determinado com meses de antecedência, normalmente, mas é sempre algo que pode mudar. [...] Quando eu passei por este documento, o Sheamus já estava programado para vencer, mas também era suposto enfrentar o Mark Henry, pelo título, na ‘Mania. Mas há coisas que surgem: o Mark Henry lesionou-se e teve de largar o título, o Bryan cobrou a mala e tornou-se no fenômeno, etc.. O Del Rio ia enfrentar o Orton, mas também se lesionou, o mesmo para o Mysterio e o Sin Cara. [...] "
Sobre Sheamus ser o novo John Cena:
"O Sheamus está a ser construído como o próximo John Cena, o que é bom, visto que liberta o Cena para efectuar outras coisas no futuro, como virar heel. As crianças adoram o Sheamus, ele faz o merchandising mover. É bom nas aparições na comunicação social, talk-shows e por aí. É o melhor possível candidato a substituir o Cena como o principal babyface. [...]"
Sobre John Cena virar heel:
"Daquilo que ouvi, o Cena ADORARIA ser heel. A personagem Thuganomics era muito mais parecida com o seu personagem real. E eu sei que ele se sente limitado ao ser babyface. É a empresa e o Vince quem não pretendem dar esse salto, pelo menos enquanto não tiverem alguém estabelecido para o substituir – que deverá ser o Sheamus. Eles precisam de alguém que faça as coisas do Make-A-Wish, as aparições públicas, as publicidades, etc., que o Cena faz. [...] Por isso, há muitas coisas envolvidas no processo do turn."
Sobre o Produto PG:
"Muitas das restrições, hoje em dia, não têm tanto a ver com PG vs. Non-PG, mas sim com o mundo, que tem estado mais alerta e crítico em relação a saúde e esporte como um todo. [...] A mesma coisa acontece nas cadeiradas na cabeça. Não tem nada a ver com o sistema PG, mas sim com a sociedade, que se importa com os traumatismos cranianos e com as lesões na cabeça, que são ameaçadoras para a vida, na NFL e noutros lugares. Mas o PG foi uma espécie de empecilho em algumas ocasiões. Por exemplo, na história entre o Kane e o Cena, disseram-nos que pôr alguém a arder não era PG, logo, não era uma possibilidade. Até pôr qualquer coisa a arder provavelmente não seria aprovado. E, quando estás a lidar com o Kane, essa é uma das coisas que funciona como um soco no estômago.”
"Principalmente, tirar notas e atualizar muitos dos documentos que ajudavam os escritores fazer o seu trabalho. Havia um documento que tinha os últimos 6 episódios de Raw e SmackDown detalhadamente descritos por segmento. [...] Todas as semanas, para escrever os programas, tínhamos de escrever do número 1 ao 11 num quadro (que correspondiam aos segmentos) e simplesmente discutir as histórias e onde pôr certas e determinadas coisas. [...] A equipe de escritores é dividida entre a equipe de casa – que fica em Stamford – e uma equipa de estrada – que vai a todos os programas. Infelizmente, eu fazia parte da que ficava em casa. A minha única experiência foi no Survivor Series, o que foi bastante sonolento.”
Sobre o trabalho de escrever promos e improvisos:
"O Cena é conhecido por ignorar o roteiro e fazer a sua própria ‘cena’. Tenho a certeza que o Punk faz isso de vez em quando. O Ziggler fez isso uma ou duas vezes e sofreu uma reprimida. [...] Escrevíamos as primeiras pitadas em Stamford depois da aprovação do Vince, depois essas pitadas iam para os escritores principais e passava sempre por, pelo menos, mais três “revisões”. De seguida, havia outra reunião com o Vince na arena de todos os espetáculos. E mais mudanças aconteciam. E depois há aquelas mudanças tão repentinas que nem sequer chegavam a ir para o papel. [...] Portanto, na maioria das vezes, o Raw que passava na segunda-feira era muito diferente daquela que tinha “saído” dos escritórios na semana anterior."
Sobre o que ocorre nos personagens:
"O Orton, o Punk e especialmente o Cena têm muito a dizer no que diz respeito às suas histórias, creio eu. Depois do Survivor Series, o Cena sentiu que não deveria perder de forma limpa novamente (ou preferencialmente nunca perder, ponto) até à WrestleMania, e foi isso que aconteceu. Quando o Jericho estava em conversações para retornar, isso aconteceu dentro de condições: ele trabalharia com o Punk e sairia derrotado na WrestleMania – obrigações do próprio Jericho, não da WWE. Foi também ele quem deu a ideia do casaco e pagou do seu próprio bolso (fala-se em 10 mil dólares pelo primeiro). O Cody Rhodes, numa entrevista recente, afirmou que tinha pedido para lhe fazerem o sobretudo de couro e foi ele quem pagou por isso. Portanto, creio que até um certo ponto os wrestlers são responsáveis pelas suas próprias personagens. Mas por outro lado, o Daniel Bryan protestou bastante pela história com a AJ, porque a história da sua última “namorada” – Gail Kim – foi muito ruim. Mas ele não podia realmente fazer nada para mudar isso. Vai variando."
Sobre o desaproveitamento das divisões Tag Team e Divas:
"O que acontece com o Vince é que ele passa por fases, que são estranhas e aparentemente aleatórias. Durante uns tempos, ele vai estar concentrado na divisão de tag team; depois não quer saber. Ele vai querer fazer histórias de divas, depois nem quer saber se elas entram nos programas ou não. Ele contrata alguém como a Tamina e não faz nada com ela durante anos. Um dia lembra-se e pergunta o motivo de não estarem a fazer nada com ela, visto que é da família Snuka. E ganha um push do nada. Neste momento, parece que está a dar atenção às equipas."
Sobre quem era o GM Anônimo:
"Haviam algumas direções que eles estavam a considerar. A óbvia era que seria o Vince; contudo, também estavam a considerar seriamente o JBL. Mas o Vince matou a história. De fato, a uma dada altura, quando os escritores principais tentaram fazer com que pelo menos a coisa tivesse um fim, o Vince sugeriu revelar que afinal era o Laurinaitis, isto tudo dito numa “linha solta” num segmento de backstage. A coisa toda foi “largada”. Quando o Vince deixa de se importar com qualquer coisa, acabou."
Sobre Kane voltar sem atacar Mark Henry:
"Daquilo que me lembro, embora o Kane tenha sido atacado pelo Mark Henry, o homem que faz de Kane, o Glenn Jacobs, não queria regressar e ter uma feud com ele, por qualquer motivo. Por isso, eles fizeram-no regressar no Raw atacando o Cena, embora eu pense que eles já tinham isso planejado quando o ‘cortaram’ da televisão com o tornozelo partido. [...]"
Sobre o push e heel turn de Bryan:
“Toda a gente sabia que ele não manteria a mala até à ‘Mania. [...] Eu ouvi que a decisão de o pôr a vencer a mala foi tomada à última da hora, nesse mesmo dia. Daquilo que me recordo, ninguém tinha fé que ele ‘vendesse’ como babyface. [...] Lembro-me de ver algumas notas e, eventualmente, uma dizia algo como: “Daqui em diante, quando o Daniel Bryan ganhar qualquer combate, deve celebrar como se fosse a maior vitória da sua vida.” Isto foi quando ele estava exatamente na fase do turn gradual. Foi aí que nasceu o “YES!”."
Sobre a gimmick de Brodus Clay:
"A equipe toda tinha ideia que o Brodus regressaria como um monstro heel que mostrava nas vignettes. Foi o Vince quem viu as coisas de maneira diferente. Quando as vignettes já estavam no ar e a equipa criativa perguntou quando é que ele ia estrear, o Vince disse algo como, “Qual é a personagem dele? Não temos nada para ele. Não percebo quem é o Brodus Clay. Vamos adiar a estreia até termos uma ideia melhor.” [...] Por uma razão qualquer, embora ele não tivesse qualquer tipo de habilidades para tal, o Vince queria-o a dançar. [...] Quando ele estreou, os escritores apareceram no trabalho no dia a seguir e a reação foi como a da comunidade de wrestling na Internet: mista. Uns gostaram, outros não. No fim de contas, foi uma maneira mais engraçada e original pô-lo como Funkasaurus, do que pô-lo como monstro heel número 622978. [...]"
Sobre o vencedor da Royal Rumble Match:
"O vencedor é determinado com meses de antecedência, normalmente, mas é sempre algo que pode mudar. [...] Quando eu passei por este documento, o Sheamus já estava programado para vencer, mas também era suposto enfrentar o Mark Henry, pelo título, na ‘Mania. Mas há coisas que surgem: o Mark Henry lesionou-se e teve de largar o título, o Bryan cobrou a mala e tornou-se no fenômeno, etc.. O Del Rio ia enfrentar o Orton, mas também se lesionou, o mesmo para o Mysterio e o Sin Cara. [...] "
Sobre Sheamus ser o novo John Cena:
"O Sheamus está a ser construído como o próximo John Cena, o que é bom, visto que liberta o Cena para efectuar outras coisas no futuro, como virar heel. As crianças adoram o Sheamus, ele faz o merchandising mover. É bom nas aparições na comunicação social, talk-shows e por aí. É o melhor possível candidato a substituir o Cena como o principal babyface. [...]"
Sobre John Cena virar heel:
"Daquilo que ouvi, o Cena ADORARIA ser heel. A personagem Thuganomics era muito mais parecida com o seu personagem real. E eu sei que ele se sente limitado ao ser babyface. É a empresa e o Vince quem não pretendem dar esse salto, pelo menos enquanto não tiverem alguém estabelecido para o substituir – que deverá ser o Sheamus. Eles precisam de alguém que faça as coisas do Make-A-Wish, as aparições públicas, as publicidades, etc., que o Cena faz. [...] Por isso, há muitas coisas envolvidas no processo do turn."
Sobre o Produto PG:
"Muitas das restrições, hoje em dia, não têm tanto a ver com PG vs. Non-PG, mas sim com o mundo, que tem estado mais alerta e crítico em relação a saúde e esporte como um todo. [...] A mesma coisa acontece nas cadeiradas na cabeça. Não tem nada a ver com o sistema PG, mas sim com a sociedade, que se importa com os traumatismos cranianos e com as lesões na cabeça, que são ameaçadoras para a vida, na NFL e noutros lugares. Mas o PG foi uma espécie de empecilho em algumas ocasiões. Por exemplo, na história entre o Kane e o Cena, disseram-nos que pôr alguém a arder não era PG, logo, não era uma possibilidade. Até pôr qualquer coisa a arder provavelmente não seria aprovado. E, quando estás a lidar com o Kane, essa é uma das coisas que funciona como um soco no estômago.”
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